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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Como planejar os estudos

Se no ano passado você ficou pendurado na escola, cheio de dificuldades e com o boletim mais vermelho que a bandeira da China, calma! O começo do ano letivo está aí para te dar a chance de fazer tudo certo dessa vez. E "certo" não significa se matar de estudar.


Mantenha o filminho no final de semana e nem pense em diminuir as horas de sono. Isso mesmo: um bom estudo não requer noites em claro nem renúncia à diversão. Ao contrário. Boas noites de sono e tempo para o lazer são fundamentais para se manter a disposição para estudar, conforme pesquisas conduzidas pelo cientista Robert Stickgold, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
Mas, então, qual é a formula mágica para não acabar o ano com a corda no pescoço? Não tem mistério: basta elaborar um bom roteiro de suas atividades e respeitar esse planejamento.

O primeiro passo é admitir que no passado faltou vontade de aprender. Isso porque o desejo sincero de estar ali estudando interfere decisivamente na concentração que se tem. É o que faz diferença, por exemplo, quando você percebe que não estava prestando a menor atenção em alguma leitura, embora esteja efetivamente lendo frase após frase. Segundo a psicóloga Adriana Machado, do Serviço de Psicologia Educacional da Universidade de São Paulo (USP) "o sucesso nos estudos depende da disposição para a tarefa".
"Só quando você está ligado no que está fazendo é que o seu cérebro capta adequadamente os estímulos externos, sejam eles a fala de seu professor ou algo escrito", afirma o neurologista Fernando Coronetti Gomes da Rocha, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu. "O interesse e o desejo de prestar atenção no assunto promovem uma ativação cerebral em níveis que permitem a memorização", diz.

Mesmo depois de estar concentrado na realização da tarefa, ainda há diversas maneiras de se tornar mais produtivo. Uma delas é estabelecer prioridades para a mente. O maior desafio de um estudante, a prova de vestibular, pode ser vencida mais facilmente com algumas atitudes, como olhar primeiro a prova inteira e realizar os exercícios mais fáceis antes de responder ao resto. "A melhor maneira é encarar uma prova como um jogo de pega-varetas, em que você tira primeiro as peças que não oferecem risco", compara o professor Sezar Sasson, do Anglo Vestibulares, de São Paulo.

COMO ORGANIZAR UM PLANO DE ESTUDOS
Se estudar de forma organizada nunca fez parte de sua rotina, acompanhe as dicas do psicólogo Sérgio Goldenberg, professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 
Quantas horas é preciso estudar por dia?
O estudo pode ser realizado em dois ou três períodos de 2 horas no decorrer do dia. Mais do que isso pode levar a uma fadiga mental. Procure sempre estudar no mesmo horário, assim, com o tempo, você se acostumará a fazer isso e naturalmente já deixará esse horário livre. Nesse período evite qualquer distração: TV, música, computador (só use para estudar), telefones, campainhas. Mantenha o foco somente em uma coisa.
Como organizar?
Monte uma tabela semelhante ao horário escolar. Marque em cada dia as disciplinas que irá estudar e, conforme a matéria é dada em classe, vá detalhando os conteúdos ou as metas numa tabela. Organize o ambiente em que vai estudar para que não precise se levantar para procurar lápis, caneta, papéis e anotações. Isso evitará que você perca tempo e principalmente, que você perca o raciocínio.
Como dividir o tempo entre as disciplinas?
Intercale as matérias preferidas com as que não gosta. Evite, por exemplo, estudar Matemática e Física em seguida, já que as duas exigem cálculos. Não fique 5h por dia sentado estudando sem parar se quer para beber um copo d’água. Assim você chegará num ponto de esgotamento físico e mental em que poderá insistir, mas não estará mais absorvendo o que lê. Para evitar isso, a cada etapa concluída se dê um descanso de 5 minutos, procurando ficar de pé e andar para mudar a postura.
ENGENHARIA DA BOA LEITURA 
Ler algo compreendendo com clareza seu conteúdo nem sempre é uma tarefa fácil e depende muito da prática. "Não se consegue aprender a ler às vésperas de uma prova", avisa a pedagoga Teresa Rego.
É preciso adquirir o hábito, mesmo que isso seja feito com livros que não tenham relação direta com os assuntos vistos nas aulas, como futebol ou música. "Isso é importante para que se conquiste o prazer de ler", diz Teresa.


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